Na Espanha, 25% de todos os crimes denunciados ocorrem na internet, e mais de oito em cada dez fraudes são cometidas online.
Em 2024, o cibercrime atingiu um pico histórico, causando perdas de 10 bilhões de euros, o dobro do ano anterior. Já em 2023, o cibercrime se tornou a terceira economia do planeta, posicionando-se confortavelmente após os EUA e a China. No ano que termina, consolidou-se como uma máquina criminosa imparável, fazendo com que um em cada cinco delitos cometidos globalmente sejam através da rede. Ao longo de 2024, na Espanha, 25% de todas as infrações denunciadas ocorreram na internet, onde acontecem mais de oito em cada dez fraudes executadas. Essa modalidade continuará a crescer, e a Coordenação de Cibersegurança da Guarda Civil prevê que aumente em 2025, até alcançar 150.000 denúncias.
Esses números colocaram a Espanha como o quinto país mais afetado mundialmente, com um total de 58 grandes ataques de ransomware — programas maliciosos destinados ao sequestro de dados e acesso a serviços online — nos primeiros seis meses do ano, um aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2023, segundo um relatório da empresa de cibersegurança S21sec.
Em 2024, também foi registrado o maior pagamento já realizado por uma empresa a cibercriminosos para recuperar o controle de seus sistemas: 72 milhões de euros, quase o dobro do pagamento mais alto conhecido até então, de acordo com um relatório da ThreatLabz, que não detalha qual foi a empresa afetada.
Os ciberatacantes se reinventam a cada ano, ajustando-se às novas tendências. A engenharia social continua sendo o mecanismo mais comum para cometer delitos na rede. É uma técnica que manipula as pessoas para que revelem informações confidenciais ou realizem ações prejudiciais, como clicar em um link malicioso ou baixar um arquivo infectado. Os hackers aproveitam-se da confiança, curiosidade ou medo para roubar informações que, eventualmente, lhes darão um retorno econômico.
A inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental na sofisticação desses ataques. Ferramentas de IA permitem a criação de mensagens de phishing mais convincentes e ataques personalizados, aumentando a taxa de sucesso dos cibercriminosos. Além disso, a IA é utilizada para automatizar ataques em larga escala, tornando-os mais eficientes e difíceis de serem detectados pelas defesas tradicionais.
Para se proteger, é essencial que usuários e empresas adotem medidas de segurança robustas, como autenticação de múltiplos fatores, treinamento em cibersegurança e a utilização de soluções avançadas de defesa cibernética. A conscientização sobre os riscos e a implementação de práticas de segurança são fundamentais para mitigar as ameaças crescentes no ambiente digital.
Fonte: El País
Texto traduzido.